sexta-feira, 18 de setembro de 2009

o céu lá do meu quarto

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“Olha seu quarto novo!"

disse minha mãe mostrando aquela parede azulzinha feito céu de primavera!

Foi daí que minha imaginação bateu asas e voou...

nas asinhas de uma fada, nas costas de um dragão,

em uma pipa colorida, numa nuvem macia de algodão,

no bico do beija-flor, nas asas do bem-te-vi

rodopiei com as estrelas, escorreguei no arco-íris.

Gostei tanto daquele céu particular

que não entendi o grito que minha mãe deu

quando me viu pintando um miolo de girassol.

“Mãe, olha quanta gente veio morar no meu céu!”

Mas ela não se convenceu, guardou minha caixa de lápis de cor

e uma ruga na testa por uma semana.

Pintou tudo de novo e preferiu um céu vazio,

vai entender as mães...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

na horta do meu avô


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Na casa do meu vô
tem uma bica
de água fresquinha.
“Não vá à horta sozinha!”
avisa meu avô,
com a cara fechada e o coração aberto de amor.
Minha felicidade
é fazer de conta que sou fada,
faço um copo com folha de taioba
e bebo água da bica
 como quem bebe uma poção mágica!
A horta é meu reino encantado,
o meu vô é o velho sábio,
que sabe tudo sobre chás
e me ensina os segredos deste mundo...




aventuras em dia de chuva

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Tem gente que acha

que a chuva estraga tudo,

gente besta que não sabe

que chuva é coisa boa pro mundo!


Se eu não posso ir lá fora

pra brincar no meu quintal,

faço uma cabana bem depressa

juntando travesseiros e lençol.


E na minha imaginação

tudo pode acontecer,

tem areia movediça no chão

bicho solto pra valer!


A cama vira montanha

que eu preciso escalar,

a cozinha é uma grande mata

e a árvore-geladeira é que vai me alimentar.


Faço fogueira de mentira

e um plano no papel,

sou esperta e corajosa

posso até voar no céu.


Minha mãe está perdida

no Vale da Roupa Suja,

com um salto perigoso

eu lhe dou a minha ajuda.


O meu pai é o Rei do Tempo

que consigo encontrar,

faço logo uma reverência

pra ele vir comigo brincar.


Depois de tanta aventura

e um pouco de confusão,

eu deito em meu abrigo

e adormeço ali no chão!





domingo, 13 de setembro de 2009

meu segredo

Edgar Degas




Minha sala é minha caixinha de música...

Ligo o som e fecho os olhos-

logo meus braços se abrem,

as pernas se movem

e eu me torno bailarina.

Não tenho pressa,

não tenho medo

bailarina pode tudo,

E é este o meu segredo!





história de uma pulga

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Uma vez,
uma pulga pobrezinha,
andava sem destino,
sem comida e nem casinha.

Muito desanimada,
chorosa e bem fraquinha,
encostou-se em um canto
e ficou bem quietinha.

Já quase sem esperança,
sem saber o que fazer,
de repente viu uma criança,
na sua frente aparecer!

Reunindo toda força,
com um salto bem certeiro,
pulou no menininho
e mordeu-lhe a perna primeiro.

Com o ânimo aumentando,
já sentindo força e tudo,
deu um salto bem preciso,
foi da perna ao cocuruto.

E agora bem fortinha,
com um sorriso muito bobo,
deu um pulo bem alegre
e começou tudo de novo!




bolha de sabão


foto Liliana Reis





Do meu sopro,
uma bolha de sabão.
Sobe alto,
voa leve
e vem cair
na palma
da minha mão!